Empire States

Assisti o filme King Kong, muito menina, assustada, com medo daquele macaco feio e gigante, mas ao mesmo tempo ele, só queria pegar sua amada, eu morria de pena ao ver aquele animal desesperado à procura de sua amada, e todo mundo tentando machuca-lo. Quando ele sobe no Empire States, dá para ver que é um arranha-céu — um edifício que parece tocar as nuvens de tão alto. Na minha ingenuidade, sem saber onde ficava, eu pedi ao meu pai que me levasse lá um dia. Vinte anos depois, lá estava eu novamente diante da TV, assistindo ao filme Sintonia de Amor, com Meg Ryan e Tom Hanks. O Filme é um romance lindo, cheio de emoção, com um final emocionante no Empire States, eu logo me lembrei que era o mesmo edifício onde foi gravado King Kong. Dessa vez, foi mais fácil descobrir tudo sobre o edifício e sua história. E o sonho se reacendeu. Esse edificio tem uma MAGIA, algo que eu não sei explicar, mas ele é lindo

Vestido de Noiva

Eu sempre fui fascinada por noivas. Minha primeira experiência como noiva foi quando eu tinha uns quatro anos. Tenho essa lembrança viva na memória: a saudosa Ana, filha da saudosa Dona Eugênia, fez um vestido de noiva para que eu fosse a noivinha da festa junina. Ela usou um mosquiteiro para fazer a grinalda e, desde aquele dia, eu vivia pegando o mosquiteiro da minha cama e me imaginando noiva. Todo o dinheiro que meu pai me dava, eu gastava comprando revistas de noiva. Recortava os vestidos e fazia álbuns — eu era obcecada pelo assunto: casamento, cerimônia, vestido, tudo! Quando anunciaram que o casamento da Lady Di seria transmitido ao vivo, eu acordei às quatro da manhã para assistir à cerimônia. Naquele dia, eu disse para mim mesma: “Meu vestido de noiva será champanhe.” Mas tinha um porem; para realizar esse sonho só me casando virgem, meu pai jamais admitiria desrespeitar a lei de Deus, ele não era um homem religioso, mas como a família da Sanem, meu pai também tinhas alguns princípios indiscutíveis e esse era um deles.

Eu e minha amiga tínhamos o hábito divertido de subir as escadas da escola para descer escorregando pelo corrimão, faziamos isso com frequência, a cantina ficava próxima à quadra, e nossa sala era no andar de baixo, no final do corredor. Subimos as escadas e caminhávamos em direção ao ponto de descida.
A menos de cem metros das escadas, do meu lado esquerdo — em frente aos banheiros —, havia um rapaz encostado na parede, ele estava de frentea nós, conforme íamos nos aproximando, dava para ver que ele não tirava os olhos de mim, e quando ficamos proxímos.

Ele olhou fixamente nos Meus olhos.

Nossos olhares se encontraram por segundos que pareceram uma eternidade. Nunca ninguém havia me olhado daquela forma. ele olhou dentro dos meus olhos. Isso me fez tremer por inteiro, nunca havia sentido nada parecido.
Tentei descobrir quem era o rapaz que me olhou com tanta intensidade. Aquele que seria o meu "Albatros". Decidi chamá-lo de Orion: o nome de uma constelação. A história de Orion contada pela Sanem na novela é triste. Mas quantas vezes olhei para as estrelas, e os pensamentos vianham ele em minha mente. Eu nunca estudei nada sobre as estrelas, sobre as galaxias, mas sempre fui fascinada pelo céu estrelado. Eu tenho uma historia de estrela cadente, que envolve o Orion. "fiz um pedido e ele foi realizado". Até hoje eu busco uma estrela cadente para fazer um novo pedido.

Quando a Sanem descreve a sensação ao ser beijada pelo Albatros, eu revivi cada detalhe do que eu senti, quando eu vi aquele olhar. Eu me vi novamente naquele corredor da escola, sentindo todas aquelas emoções: minhas pernas tremiam, o coração disparou — eu mal conseguia falar. Fiquei paralisada, esquecendo até de escorregar pelo corrimão. Ao chegar ao patamar da escada, tive o reflexo de olhar para cima.

E, de repente, lá estava ele.

Ele havia caminhado até a escada para me ver descer. Foi ali, naquele corredor, que senti o que seria o primeiro encontro com o meu Orion — uma sensação inesquecível que marcaria o início de um sonho que eu carregaria por toda a vida.

Foram dias sem nenhuma informação: ninguém o conhecia. Ele não fazia parte das equipes de vôlei, basquete ou futebol — ou seja, não praticava esportes na escola. Também não tínhamos nenhum amigo em comum. Descobri apenas que ele estava no segundo colegial. Eu só tinha um amigo que estudava na sala dele, e este disse que não sabia nada a seu respeito, apenas que ele era calado e reservado, e se chamava Orion. Passamos a nos ver nos intervalos do recreio, mas ele nunca se aproximava, só me observava com um olhar fixo, sedutor ao mesmo tempo timido - e eu ficava cada vez mais apaixonada. Até que um dia, eu o vi com o Jonas. Eu não tinha intimidade com o Jonas; ele jogava vôlei e era da equipe juvenil. Descobri que Jonas e Orion estudavam na mesma sala. Decidi agir: falei com o Joselito, que era irmão do Jonas e estudava na minha sala. Pedi que ele me apresentasse ao irmão. E assim, foi fácil chegar até o Orion: logo fomos apresentados.
Nesse mesmo dia 12/03/1982, ele me pediu para me levar em casa.
Era uma sexta feira, eu estudava no horário noturno. Meu pai costumava revezar com a mãe de uma amiga para nos buscar na escola. Mesmo sendo uma caminhada de menos de dez minutos, eles não permitiam que voltássemos sozinhas para casa. Naquele dia, era o dia da mãe da minha amiga nos buscar, eu consegui despistar; e assim o Orion me levou pela rua de trás.
Foi uma caminhada curta, e ele me convidou para sairmos no sábado. Eu disse a ele que eu não saía à noite, mas poderíamos nos ver à tarde. Marcamos de nos encontrar na praça, bem longe da minha casa, às 16h. Nos despedimos com um "até amanhã". E eu fui para casa com as pernas tremendo e o coração acelerado — meu pai já estava na porta me esperando.

Meu saudoso pai sempre foi um homem de regras; rotina e pontualidade eram seu forte, e eu herdei isso dele. Ele costumava chegar em casa aos sábados por volta das 14h, tomava banho, almoçava e ia dormir — sempre após o almoço. Levantei cedo, limpei a casa, preparei nhoque — sua comida predileta — e fiz pudim de queijo, que ele adorava. “Diferente da Sanem, eu sempre cozinhei muito bem” rsrsrs. Da minha casa até a praça, onde combinamos nos encontrar, eram uns 15 minutos de pedalada. Marquei 16h, pois seria tempo suficiente para dar o almoço ao meu pai, arrumar a cozinha e pedir para passear um pouco. Naquele dia, o imprevisto aconteceu: pela primeira vez, meu pai se atrasou. Eram quase 15h, e ele não havia chegado. Não lembro exatamente o horário que ele chegou, mas me atrasei no encontro. Peguei a bicicleta e saí correndo, acho que não gastei nem 10 minutos para chegar à praça. Infelizmente, quando cheguei, ele não estava. Eu mal conseguia ficar em pé, encostei a bicicleta e sentei no banco para descansar.

De repente, olhei para a esquerda e o vi caminhando em minha direção. Era uma tarde ensolarada. Ele estava de bermuda bege, camiseta listrada em vinho e azul-marinho, chinelo de palha. Naquele instante, senti como se o mundo inteiro tivesse parado. Meu coração disparou — eu sabia que aquele olhar marcaria minha vida para sempre. Fiquei sem fôlego ao ver o Orion se aproximar. Aquelas coxas grossas e lindas eram de tirar o fôlego. E aqueles olhos azuis... brilhavam ainda mais com o sol. Devido à tarde ensolarada, pareciam ainda mais intensos. Ele me olhava de um jeito que ninguém jamais havia me olhado, e, desde aquele dia, eu nunca mais encontrei aquele olhar nos olhos de ninguém.

Conversamos um pouco. Eu estava muito nervosa. Contei a ele que meus pais eram separados e que morava apenas com meu pai. E então, de repente, sem que eu imaginasse, fui surpreendida pela primeira vez com:
— Você quer namorar comigo?
Foi a primeira vez que alguém me pedia em namoro — com todas as letras, de forma simples, direta e inesquecível. Naquele instante, percebi que o destino tinha traçado algo especial. Assim como Sanem encontrou seu Albatros no meio de um turbilhão de emoções, eu havia encontrado o meu — o meu Orion.

Eu não esperava aquele pedido. Achei que teríamos apenas um encontro romântico, nada mais. Ele me pegou de surpresa. Como fiquei sem ação, comecei a falar das minhas dificuldades: Meu pai jamais permitiria que eu namorasse em casa — eu ainda era muito nova. Eu não saía à noite. Ele não poderia me deixar em casa todos os dias. Nos finais de semana, só poderíamos nos ver à tarde.
Então, pedi a ele para pensar se realmente queria namorar uma garota com tantas restrições. Nos despedimos, combinando de conversar novamente na segunda-feira, no recreio da escola. Passei o domingo nas nuvens, lembrando daqueles lindos olhos azuis e das pernas mais bonitas que já tinha visto.

Finalmente, chegou o grande dia 15/03/1982, segunda feira, pouco mais de 21hs. Conversamos por dois dias, e foram encontros rápidos, com despedidas verbais — sem toques, sem beijos, e sem abraços. Nossos momentos românticos se resumiam aos olhares trocados — e esses, sim, foram marcantes. Era como se ele enxergasse tudo o que estava dentro de mim, a nossa troca de olhar era algo eletrizante, não conseguiamos deixar de nos olhar fixamente.

Na hora do recreio, nos encontramos no jardim.
Eu estava nervosa e perguntei:
— Você pensou? O que você decidiu?
E ele disse, sem pensar nem por um minuto:
— Vamos namorar!
Eu disse “Sério?”
E ele confirmou: — Sim!
Em seguida, ele disse:
— Hoje é meu aniversário! Não vai me dar os parabéns?
Quando fui dar os parabéns, ele virou o rosto, nossos lábios se tocaram, e nos beijamos pela primeira vez.
Foi o beijo mais longo, intenso e apaixonante que eu tinha ganhado. Foi o primeiro beijo do meu primeiro namorado — perfeito e inesquecível.
15 DE MARÇO PARA MIM SEMPRE FOI E SEMPRE SERA UMA DATA ESPECIAL E ENESQUECIVEL! Sempre que desejo realizar algo importante ou inesquecivel, eu escolho esse dia. Eu realizei o Sonho de conhecer o Empire States e fiz isso no dia 15/03/2019, foi magico; foi como se ele estive lá comigo.

Assistindo as cenas de Sanem contando ao Osman tudo que sentiu.Eu lembrei o misto de emoção, expectativa e desejos que sentimos; o amor verdadeiro, mesmo com todas as restrições e dificuldades, transforma cada instante em algo inesquecível.
Foi assim que me senti ao ser beijada pela primeira vez, pelo meu primeiro namorado, pelo meu primeiro e único e verdadeiro amor.
Mas a vida real , não é uma novela!
Quando somos jovens, não prestamos muito atenção a essas emoções, pois são tantas as emoções, descobertas na adolescência.
Quantas vezes nos apaixonamos?
Quantas vezes dizemos, nunca mais vou amar ninguém assim!
Se ele me deixar eu morro!
Ate surgir um novo amor, e você continua viva.
O que a juventude não nos revela é que certas emoções serão únicas, serão para toda vida, jamais serão esquecidas.
E vai ser nessa hora que você descobre quem realmente foi é e sempre será o único e grande amor na sua vida.

Na novela, Can Divit não pede Sanem em namoro, mas a cena em que ele diz que eles se casariam pela primeira vez me fez lembrar da reação de Orion, dizendo que, mesmo com todas as dificuldades, ele queria ser meu namorado. Estávamos na década de 80. Eu tinha mais de 14 anos, e garotas da minha idade já haviam namorado diversos rapazes. Meu pai ir me buscar na escola era um "mico" muito grande. Eu só podia sair à tarde para ir ao matinê ou andar de bicicleta pelo bairro; bailes, nem pensar. Ou seja, para um rapaz aceitar todas essas restrições, ele precisava estar muito interessado na garota. E eu me senti feliz por ser essa GAROTA!

Essa novela é muito especial, é uma magia difícil de explicar, porque certas cenas reflem muito a minha história, e não foi uma coisa planejada, eu não precisei assistir à novela repetitivamente para ver a semelhança, era automático, passava uma cena, é lá estava eu há mais de 40 anos atrás.

Can Divit fala que se sente como um adolescente — Sanem é, de fato, mais nova que ele, interpreta o personagem de uma menina pura e ingênua.

O Can Yaman com toda sua maturidade, interpreta o seu lado adolescente com tanta intensidade, algumas cenas ele muda o tom de voz, fala quase que sussurrando, fala com o olhar, com os sorrisos com gestos que só os adolescentes conseguem fazer.

Quando somos jovens a AÇÃO FALA MAIS QUE AS PALAVRAS!
Eu e o Orion, quando nos conhecemos, éramos dois adolescentes ele havia completado 15 anos e eu estava com 14 anos, E por muitas vezes eu conseguia ver as expressões ingênuas que hoje eu vi no Can Devit, ele falava devagar, as vezes com a voz bem baixinha, dava um sorriso malicioso, mas ao mesmo tempo ingênuo, me respeitava mesmo nosso namoro sendo as escondidas, ele jamais avançava o limite, ele era muito doce.
Em muitas cenas do Can Yaman eu revia o Orion.

Tem uma cena, que Sanem entra na água na praia, e ele entra em seguida, diferente de uma cena anterior essa não é uma visão e quando vê que é real, ela sai correndo, ele vai atrás, e puxa ela pelos braços.
No meio da conversa ele diz:
“NÃO FICA SOZINHA POR ISSO, VAMOS FICAR JUNTOS, VOCÊ NÃO QUE FICAR COMIGO?”
Ele muda totalmente o timbre da voz, e ele faz isso em várias cenas. Ele é um ator maravilhoso!
Merece todo respeito como profissional.

O Orion tambem fazia isso, quando ele queria dizer algo e não conseguia, a sua voz ficava suave, ele usava um tom baixo. Uma vez fomos em um sitio com o tio dele, o irmão e nossos amigos (as), tinhamos que dormir todos juntos, só tinha um quarto. E ele disse com a voz bem suave e baixinha, não tem medo de dormir comigo? E eu respondi, eu confio em você. Eu acho que a pureza da adolescencia é o melhor momento que vivemos em nossas vidas.

Nosso relacionamento como o de Sanem e Can Devit, também houve inícios e términos, não vivemos os conflitos que eles viveram, nunca brigamos, nunca houve mentiras, traições, acho que por isso que para mim, nunca houve fim.

Vamos lá - O Desaparecimento de Orion

Menos de um mês após o início do namoro, nos despedimos na hora do recreio. Ele disse que ia assistir ao jogo do Corinthians — até isso tínhamos em comum: éramos fanáticos pelo mesmo time de futebol. Eu não sabia quase nada sobre ele: quem era sua família, onde morava, se trabalhava... Nosso tempo juntos era tão curto que, quando somos jovens, não nos apegamos a esses detalhes; só queríamos curtir o pouco tempo que tínhamos.
Então, nos dias seguintes, ele sumiu. E eu voltei a buscar pelo meu Orion: Quem ele era? Onde morava?
Por que desapareceu?
Por que era tão isolado na escola?
Por que nunca falava nada sobre sua família?
A única pista que eu tinha; era que ele morava na direção oposta à minha casa, mais à frente da casa do Josias.
Procurei-o por mais de um mês, até que me dei por vencida. Desisti de procurá-lo e coloquei um ponto final naquele namoro que, mesmo breve, foi uma linda historia de amor.
Eu não tive o Orion por perto por mais de um ano. Durante esse tempo, conheci outros rapazes e vivi outros romances, mas ele sempre esteve nos meus pensamentos.
Era difícil aceitar o término, principalmente diante do seu desaparecimento e de como tudo aconteceu. Não houve briga, nem traição. Cheguei a imaginar que algo muito ruim poderia ter acontecido. Porque juntos, nós éramos um casal bonito.

O Reencontro Sob a Chuva

Em junho de 1983, época dos festejos juninos, eu estava na mesma praça onde ele me pedira em namoro. Naquela praça, montavam as barracas dos festejos da cidade. Eu já saía à noite com tranquilidade, pois morava com a minha mãe, e a pressão era bem menor. Podia sair, desde que chegasse antes da meia-noite. Eu havia conhecido um rapaz; não estávamos namorando, mas saíamos diariamente — para a praia, para os bailes, com uma turminha bem divertida.
De repente, quando fui comprar algo em uma das barracas, lá estava ele:
Orion, diante de mim.
Entrei em choque, fiquei sem palavras por minutos.
E, de repente, aconteceu algo inexplicável, como sempre acontecia na nossa relação. A praça estava lotada, cheia de barracas, jovens, crianças e adultos. Armou-se um temporal, e, em menos de cinco minutos, a praça ficou vazia, e a energia acabou em toda a cidade. Eu me esqueci dos amigos, de tudo. Só se ouvia o som dos donos das barracas guardando suas coisas.
Nós dois nos protegemos da chuva e dos ventos fortes embaixo da marquise do postinho de saúde. E então, estávamos nós dois abraçados, aos beijos, debaixo de um temporal que parecia um dilúvio.
Todo momento com ele era romantismo intenso, como se o tempo parasse só para nós.
Naquela noite, não conversamos sobre nada, eu não me lembro, a unica lembraça que vem a mente foi uma noite com chuva muito forte, trovões, relampagos, ventos fortes e eu protegida em seu braços. Alguns momentos são tão perfeitos que permanecem na memória para sempre — e aquele beijo, debaixo da chuva, certamente seria inesquecível.

No outro dia: Retornamos ao namoro. Ele me explicou que seu avô havia falecido e que precisaram se mudar às pressas. Mudaram-se para um bairro longe da escola; próximo à praça onde nos encontramos.
Ele disse que não me procurou antes porque sabia que não conseguiria terminar; conhecia as dificuldades que eu enfrentava com meu pai e achou que desaparecer seria a melhor opção. Pediu desculpas.
Quando voltamos, nossa convivência melhorou. Nos víamos com mais frequência, e minha mãe não era controladora como meu pai. Com isso, saíamos à noite e tínhamos mais liberdade para namorar.
Eu trabalhava em um supermercado durante o dia e estudava à noite, mas sempre dávamos um jeito de nos vermos.

Eu vejo o Can Devit, falar da combinação das roupas da Sanem, me vem a lembrança que graças a Deus eu fui privilegiada, curtir minha adolescência na melhor década “80” aqui no Brasil as cores eram vibrantes e tudo muito bem combinado.
Eram os tons de Rosa Pink,, Verde Limão, Lilás, Laranja tudo combinando com Branco ou Preto, ate hoje eu curto combinar cores e amo os figurino da Sanem!
Nós vivemos muitos momentos juntos, saíamos à noite com mais frequência, não conhecíamos a família um do outro e também não tínhamos amigos em comum. Esse retorno não durou muito; eu não me lembro quanto tempo durou.
Mas lembro de alguns passeios, ele me deu uma foto 3x4, fomos ao cinema uma vez, nunca saímos para dançar. O namoro estava indo tudo bem.
O problema era a convivência com minha mãe. Nós nunca nos demos bem. Quando minha irmã foi morar com minha mãe, meu pai achou melhor que eu também fosse morar com ela. Ele justificou dizendo que, como eu já estava ficando moça, logo começaria a sair à noite e namorar, e ele seria controlador demais. Minha mãe, sendo mulher, saberia lidar melhor com esse assunto. Aceitei a decisão do meu pai — a pior escolha da minha vida. Eu era muito revoltada, como Can Divit. Não aceitava que minha mãe tivesse abandonado meu pai, abandonado nossa casa; ela separou nossa família.

Minha mãe, por sua vez, acho que sempre me culpou.
Por minha causa, ela teve que viver com meu pai por mais de 12 anos. Minha irmã foi morar com os padrinhos com pouco mais de um ano. Minha mãe, sendo jovem e sozinha, não tinha como criar uma criança na cidade grande. Então, permaneceu casada com meu pai, um homem 26 anos mais velho.
Ela sempre deixou claro que nunca foi apaixonada pelo meu pai; só foi morar com ele porque engravidou da minha irmã. Para minha mãe, eu sempre fui a rebelde, a "maria-moleque", a destruidora de brinquedos, a mentirosa, a que não gostava de estudar, que cabulava aulas para jogar bola, que não levava nada a sério, que fantasiava tudo, a "saideira", a namoradeira — e por aí vai.
Com menos de seis anos, eu já recebia muitas críticas da minha mãe. Ela nunca me perdoou por ter nascido, e eu nunca a perdoei por ter abandonado meu pai. Nós duas nunca tivemos um momento de mãe e filha, isso me fez muita falta.

Meu pai era um homem maravilhoso, um marido romântico, que não deixava faltar nada em casa. Bastava ela pensar em algo que ele comprava; ele a mimava muito. Mesmo sendo de uma família simples, nós tínhamos uma casa confortável. Minha mãe, por sua vez, era uma excelente dona de casa, muito prendada.
Meu pai era amante de música; aos domingos, enquanto minha mãe cuidava do almoço, ele preparava uma bebida de Bacardi com Coca-Cola, ligava a vitrola e me ensinava a dançar.
Ele conseguia transformar um simples arroz com batata frita em um jantar delicioso. Ele era muito inteligente; mesmo sendo uma pessoa de pouco estudo, fazia projetos incríveis.
Eu era muito pequena, devia ter menos de seis anos, mas me lembro que ele fez uma igrejinha com caixa de fósforo. Ele conseguia desenhar o rosto de um humano usando apenas os números 643. Eu ficava encantada com o seu jeito. Ele era alto, sempre muito elegante. Um gato. Com toda sua bravura, suas exigencias ele era carinhoso. Ele tinha muito orgulho de mim, até nas criticas ele me elogiava.
"Ele costumava dizer, essa é levada, mas é a minha vida, sempre vai ser minha Menina Grande"

Em diversas cenas da novela, chorei muito ao ver a agressividade de Can Divit. Aquelas cenas transmitiam o retrato de um lado do meu pai que eu sempre quis esquecer.
O único defeito do meu pai, era o ciúme doentio pela minha mãe. E ela, por sua vez, alimentava esse ciúme, escondendo suas compras — roupas, maquiagem, tudo.
Quando ele descobria, a casa caía; eles brigavam feio, e eu tinha que sair correndo para pedir socorro aos vizinhos, com medo de que ele agredisse minha mãe.

Eu entendia meu pai: ele só reagia porque descobria as mentiras. Ele odiava mentiras, odiava ser enganado. Igualzinho ao Can Divit, a fúria dos dois é idêntica. Por isso foi facil, entender esse lado do personagem Can Divit. Ele nunca agrediu a Sanem, mas o tom agrecisso era como se eu estivesse ouvindo a voz do meu Pai.

Nada justifica uma agressão, fisica ou verbal, eu penso ser dificil julgar, eu não sei como meu pai foi criado pelos meus avós, que tipo de relacionamento ele viveu com seus pais, quais eram seus traumas, é facil julgar, o dificil é entender.
Os seres humanos focam muito nos erros, no que a pessoa fez de ruim. Eu prefiro focar nas coisas boas, se formos dar prioridade aos erros que cometemos, com certeza sobraria muito pouco porque somos imperfeitos.

Na época em que eu e o Orion voltamos, eu e minha mãe brigávamos diariamente. Era muita cobrança, recriminação, julgamento; nunca vinha nada positivo relacionado a mim por parte dela.
Eu trabalhava, ganhava meu dinheiro e não queria me sujeitar às regras da minha mãe. As brigas aumentaram, e eu vivia uma guerra dentro de mim.
Por um lado, eu estava bem com o Orion, havíamos reatado o namoro, e nossos encontros eram diários. Mas, por outro, era um sofrimento constante. Eu vivi uma vida inteira tentando ser amada pela minha mãe, querendo que ela visse o que meu pai e as outras pessoas viam.
Mas nada era motivo de orgulho. Eu me lembro que, quando ganhei minha primeira medalha de ouro, no meu primeiro campeonato, onde todos vibraram com meu desempenho na quadra, eu não via a hora de contar para ela. Quando ela chegou do trabalho e lhe mostrei a medalha, achei que ela ficaria feliz, que sentiria orgulho. Ela me olhou e disse: "Você tinha que ser boa nos estudos e não jogando bola."
Mesmo trabalhando, assumindo minhas contas, ela não tinha orgulho, tudo que eu fazia, não era mais que minha obrigação
Desde os 14 anos, sempre cozinhei, minha comida era elogida por todos, ela só ouvia criticas. Ela sabia destruir todos os meus sonhos.

A convivência com minha mãe ficou insuportável; eu não aguentei a pressão e decidi passar uns dias com meu pai. Fui morar em outra cidade e, com isso, eu e o Orion terminamos. Mesmo com as cidades separadas por balsa, muito próximas uma da outra, namoro a distância não dá certo.
Além disso, morando com meu pai, as regras voltariam. Eu precisava dar um tempo da minha mãe — nosso relacionamento era muito tóxico.
Fiquei cerca de quatro meses com meu pai. Foi muito bom: ele morava em um bairro nobre, saíamos para almoçar e jantar fora, o apartamento ficava de frente para o mar. Meu pai me mimava muito, mesmo assim eu me sentia sozinha.
Minha vida era onde eu nasci, todos os meus amigos estavam lá, eu estudava, trabalhava, jogava vôlei vestindo a camisa da minha cidade.
Mesmo com todo o conforto e qualidade de vida morando com meu Pai, eu não conseguia me sentir totalmente feliz. Além disso, meu pai já estava com planos de se casar.
Então, o jeito era voltar a morar com minha mãe. Ela também ja havia se casado, mas eu me dava bem com seu marido.
Fazer o quê? Nós brigávamos muito, mas ela era minha mãe.
Eu e o Orion ficamos sem nos ver por meses!

Nós dois havíamos mudado, eu estava com um visual mais adulto, me vestia de forma sensual, continuava combinando as cores, acessórios cabelo bem cuidado.
E ele continuava lindo, impossível mudar algo, os olhos azuis, o sorriso sedutor, o físico de tirar o folego.
Duas semanas após a minha volta, eu estava com minha melhor amiga — a mesma que estava comigo quando conheci o Orion. Éramos inseparáveis; nossa amizade durava anos. Caminhávamos por uma praça famosa no centro, ponto de encontro da caminhada dos jovens.
De repente, eu o avistei.
Ele estava com um amigo.
Me aproximei, contei que havia voltado há pouco mais de uma semana. Ele me apresentou ao amigo, e eu apresentei minha amiga.
Ficamos conversando e, de repente, eu o convidei para a festa de formatura da minha turma. Eu iria à festa e queria muito que ele fosse comigo.
Ele disse que só iria se o amigo dele pudesse ir também.
— Perfeito! Vamos os quatro! — respondi.

Eu era frequentadora assídua de bailes; não perdia um final de semana. Sou da época do Michael Jackson, do Black, da dança de passinhos, e, claro, das lentas — eu adorava dançar músicas românticas.
Eu e o Orion nunca havíamos ido a um baile, nunca havíamos dançado juntos. Essa seria nossa primeira noite dançante. Eu já me imaginava dançando todas as músicas românticas da época com ele.
Mas isso não aconteceu como planejado.
Foi um custo tirá-lo de casa, e tudo deu errado.
Uma outra amiga entrou na linha, e acabamos indo em cinco para o baile. O amigo do Orion nem olhou para a minha amiga; apaixonou-se imediatamente por outra amiga nossa. O Orion não conseguiu dançar disse que o sapato social estava apertado, e passamos a noite sentados.
Nesse dia, eu descobri onde ele morava, e a partir desse momento, nossa história começou a mudar.

No nosso reencontro, não houve pedido de namoro, não houve pedido de recomeço; não houve briga, nem houve cobranças. Não precisamos de pedido de desculpas, apenas da presença um do outro, lado a lado.
E assim, ficamos juntos por mais de dois anos.

Conheci toda a sua família, e passamos a frequentar a casa um do outro. Ele, o irmão e os tios passaram a ser responsáveis pelos bailes no clube da cidade.
Então descobri que o sapato apertado era apenas uma desculpa: ele não sabia dançar. Mas isso tiramos de letra, e em poucas semanas éramos um casal inseparável na pista de dança durante as músicas lentas. Acho que dançamos todos os sucessos da década de 80.
Nos beijávamos ao som de: Scorpions – Still Loving You,
Bryan Adams – Heaven,
Foreigner – I Want To Know What Love Is, George Michael – Careless Whisper, e dezenas de outras músicas românticas.
Éramos o casal de amigos perfeito. Íamos à praia, acampamentos, sítios, cinema…
Cada momento juntos era uma aventura e um romance adolescente inesquecível.

SANEM E CAN DEVIT dançaram inúmeras musicas românticas. E varias musicas foram tocadas., em seus encontros e desencontros.

A trilha sonora da novela é linda. Eu fiz uma paginas com os vídeos originais gravados na novela; as traduções E os vídeos oficiais para dar direitos autorais aos cantores.

Eu e o Orion podemos dizer que dançamos todos os sucessos românticos dos anos 80.
Com certeza a que mais marcou foi Scorpions Sill loving You, Bryan Adan hevan e John Denver - Don't Close Your Eyes Tonight

São tantas as Musicas que eu gostaria de dançar com ele!
Pink ft. Nate Ruess - Just Give Me A Reason
Someone You Loved - Lewis Capaldi
Shaina Twain -Don't
Ed Sheeran - Thinking out loud
A ha - Crying In The Rain
Ufuk Beydemir Ay Tenli Kadın
Cem Belevi - Günaydın Sevgilim
Todas românticas do Bom Jovi

Quando a Sanem abre o presente que recebeu de Can Devit, é possível ver que ele comprou com o coração, foi algo simples, uma caneta de pena, e um bilhete com duas frases bem curtas.“Não desista de escrever “ “Nem dos seus sonhos” O valor do presente, não está no preço, na qualidade, e sim o valor que ele vai representar, quais emoções que ele vai fazer você sentir! As vezes pode ser apenas um mimo, algo dado com o coração com sentimento, isso com certeza tem um valor imensurável.

Eu e o Orion, tivemos momentos incríveis. Um deles, inesquecível e memorável, foi quando ele me surpreendeu com algo que eu jamais esperava ganhar.
Foi tão memorável que mantive guardado na minha carteira por mais de quinze anos.
Tínhamos ido a uma pizzaria, e, de repente, ele começou a tirar um monte de papel dos porta guardanapos. Achei aquilo estranho; nunca tinha visto ninguém fazer algo assim, então disfarcei para não o deixar constrangido. A princípio, pensei que ele estivesse nervoso, querendo me dizer algo. Mas ele estava tão focado dobrando aqueles guardanapos que permaneci quieta.
De repente, daquelas simples folhas de papel de seda, surgiu uma linda rosa de papel.
Fiquei tão emocionada! Nunca havia ganhado uma rosa, e, para ser ainda mais romântico, ele não a comprou — fez ali na minha frente.
Guardei essa rosa na minha carteira, ela já não tinha mais o vigor nem a cor branca vistosa; o papel havia amarelado. Mesmo amassada, cuidei dela com muito carinho para que não se rasgasse. Ela era como um amuleto do nosso amor, que eu carregava comigo.
Infelizmente, um dia fui assaltada. Não chorei pelo dinheiro ou pelos cartões roubados, mas pelo melhor presente que ganhei em toda a minha vida.

Nós éramos perfeitos juntos. Tínhamos tantas coisas em comum: torcemos para o mesmo time, gostávamos do mesmo estilo de música, amávamos praia e natureza. Não éramos possessivos, respeitávamos nossas famílias e tínhamos muitos amigos em comum.
Criamos uma turma onde muitos se formaram casal e se separaram, os únicos que ficaram juntos desde o início foram o primeiro amigo que conheci na praça e minha amiga de infância — ele se apaixonou por ela quando a viu pela primeira vez. Eles estão juntos até hoje, há mais de quarenta anos, e construíram uma família linda. Eu adorava a família do Orion, e eles também gostavam de mim, sempre me trataram com muito respeito e carinho.

Macarrão é uma comida que me agrada, e a única pessoa que fazia uma macarronada dos deuses era minha tia. Ela preparava um molho de carne com extrato de tomate, suculento e com bastante queijo — uma delícia. Já minha avó fazia frango com colorau/urucum. Ela pegava aquele molho ralo, sem cor, e temperava o macarrão, e, para piorar, sem queijo.
A primeira vez que fui almoçar na casa do Orion foi em um domingo. A mania brasileira é comer frango e macarrão aos domingos. Jesus, como você diz para sua futura sogra, que quer conquistar, que não gosta do macarrão dela? E, para piorar, meu estômago tem uma fraqueza: se tento comer algo que não gosto, ele insiste em devolver. Entrei em pânico. Olhei para minhas amigas, que me conheciam e sabiam do meu problema.
Eu tinha duas opções: ser mal-educada e recusar o macarrão, passando uma impressão esnobe, ou forçar a comer e passar vergonha ao passar mal com o alimento.
Lembro-me dessa cena como se fosse hoje: aquele macarrão no prato, sem queijo. O almoço foi servido à americana. Havia um terreno vazio ao lado da casa, cheio de mato, e eu olhei para ele como uma saída de emergência. Consegui jogar o macarrão fora sem que ninguém percebesse. Diferente do Can Divit, eu não consegui comer o macarrão para agradar a mãe do Orion.

O Can Divit fisicamente não tem nada a ver com meu amor, só as coxas grossas, rsrsrs, mas seu lado romântico, carinhoso e cuidadoso tem tudo a ver.
Na novela, ele respeita muito a Sanem. Ele consegue ver a pureza dela e, mesmo sendo um homem experiente, aceita isso de forma tão natural; até o jeito como ele fala é meigo.

O Orion tinha muito disso. Ele era diferente de todos os garotos com quem saí. Ele me respeitava, nunca tentou avançar o sinal, nunca foi deselegante; sempre me tratou com muito respeito.
Parecia ter medo de me magoar, não sei.
O Can Divit mostra isso em sua interpretação; ele respeita a Sanem com tamanha intensidade, que em muitas cenas parecia eu estar vendo o Orion. Amar não é só sexo, tesão ou paixão!

Amar é se sentir feliz ao lado de alguem que te completa. Amar é sentir seu corpo tremer, seu coração acelerar sua respiração ficar ofegante. Ou seja, Amar é um turbilhão de sentimentos que não termina com extase ou prazer.

Eu fico pensando como os jovens de hoje perderam a essência do romantismo. O sexo é bom, com certeza, e é importante em uma relação. Mas há tantas formas de chegar à plenitude do prazer, e não é verdade que isso só acontece nos filmes, nas novelas ou nos romances. Pelo menos a minha geração viveu isso. E eu me sinto privilegiada por ter conhecido um lado do amor que poucos conhecem

A novela Erkenci Kuş relata fatos diferentes, mas as cenas usadas nas gravações são tão semelhantes às cenas reais que eu vivi.
Eu não vestia um vestido de deputante, o clube não era na beira do mar. Mas quando o Can Devit pega a Sanem pelo braço, me fez lembrar do dia do meu aniversario de 18 anos. As lembranças são muitas, por isso fico tão fascinada por essa dramaturgia.

Quando eu completei 18 anos, estávamos no clube, e a turma havia preparado uma festa surpresa para mim.
Fiquei muito emocionada com a atitude dos amigos; cheguei a pensar que tinha sido ideia dele, mas nunca quis perguntar.
Eu lembro que estavamos todos no salão, e de repente ele pegou minha mão, e disse vem comigo. Eu lembro de ter ficado constragida, porque todos nossos amigos iam perceber nossa ausencia e eu não imagina onde iriamos
Mas não saimos do clube, apenas subimos para a cabine de som! Quando chegamos na cabine, ele me deu meu presente. Antes que eu o abrisse, ligou o som e colocou para tocar "Heaven", de Bryan Adams. E dançamos os dois, sozinhos!

Quando terminamos de dançar, abri o pacote. Dentro, havia um baby doll branco lindo. Ele não fez nenhuma insinuação; apenas perguntou se eu havia gostado. Envergonhada, disse que era lindo e acrescentei: "Jamais vou usá-lo, a não ser que seja com você.
" Um breve silêncio pairou no local. Nos abraçamos e nos beijamos, como um casal completamente apaixonado. Hoje penso que poderia ter dito tanta coisa que tivesse levado nossa relação para outro nível, mas eu era muito insegura; eram tantos os meus medos, o sonho de casar de noiva. E essa foi uma das promessas da minha vida que cumpri: nós nunca tivemos um momento nosso em que eu pudesse usá-lo, então ele ainda permanece guardado.

Eu estava cansada daquela situação.
Eu era a garota que, segundo minha mãe, "ia ser mãe solteira na primeira oportunidade".
De repente, eu via a turma noivando, casando, indo morar junto, e estava perdendo meus amigos. Primeiro foi a irmã da minha amiga, que namorou meu cunhado antes da minha irmã. Com isso, nossa amizade ficou estremecida.
Depois foi minha amiga inseparável — aquela que estava comigo quando conheci o Orion —, que começou a namorar alguém que não era da turma, seguiu outro caminho e logo engravidou.
Até minha irmã que nunca havia saído com ninguém, ficou noiva, com o irmão do melhor amigo do Orion. Os últimos a seguir em frente foram o casal de amigos que se conheceram no nosso primeiro baile.
A história deles foi tão linda, amor à primeira vista, e estão juntos até hoje, construíram uma família linda
E essa foi a única amizade que permaneceu na minha vida: ela eu conheço desde os nove anos; ele, eu conheci em 1984, e se tornou o irmão que eu nunca tive. Eu ainda tenho contato com a minha amiga que estava comigo, quando conheci o Orion, mas nossas vidas tomaram rumos diferentes, por isso nossa amizade não continuou a ligação de duas irmãs. Nós éramos inseparáveis, vivemos tantas coisas juntas, eu tenho amizade com seu esposo, nunca entendi porque nos distanciamos.

E lá estava eu, sozinha com o Orion, seu irmão, seus dois tios e um amigo. Eles passaram a organizar bailes em outro clube, longe de casa. Quando eu ia com eles, na volta me deixavam em casa de carro. Isso era motivo para minha mãe brigar comigo. Dizia que eu "ficaria falada" chegando de madrugada com um monte de homens no carro. Eu tentava explicar que eram apenas os tios e o irmão do Orion, mas não adiantava; eram só críticas.
Com a gravidez das meninas, tudo ficou ainda pior. Ela vivia dizendo que não iria demorar acontecer o mesmo comigo. E que o Orion jamais casaria comigo. Se ele quisesse algo sério, já teria falado com ela ou pedido para conhecer meu pai. Estávamos juntos há tantos anos. Ela tinha prazer em jogar isso na minha cara: eu não passava de um passatempo; bastava ele chamar e eu estava lá.
Minha mãe nunca conversou comigo para conhecer nossa história, para entender como ele era doce e romântico. Ela só conhecia a versão de que ele havia me abandonado sem dizer adeus — e que, quando voltamos, ele não quis nada sério.

Em março de 1986, eu estava trabalhando em um serviço de alta temporada. Quando a temporada acabou, decidi tirar alguns dias de férias e visitar uns parentes em outro estado. Meu pai pediu que eu levasse uma carta para dois amigos dele que trabalhavam em uma rádio da cidade — eles haviam trabalhado com meu pai, e ele queria notícias. Eu me prontifiquei a entregar as cartas. Eu disse que precisava desse tempo. As brigas com minha mãe eram constantes e, sem trabalhar, tudo iria pioraria. As meninas se casaram, eu e o Orion nós nos distanciamos, não nos víamos com tanta frequência. Todos os conflitos que eu tinha com minha mãe e que o casamento relâmpago das meninas me abalou — nós três éramos inseparáveis. Estava me sentindo muito sozinha. Eu e o Orion tínhamos um relacionamento casual; éramos dois amigos apaixonados, mas não tínhamos um compromisso fixo. Eu não tinha coragem de falar abertamente com ele, pois já havíamos passado por dois términos. Eu era muito insegura e, pior, tinha medo de ouvir: “Não quero mais namorar serio! Então, me bastava tê-lo ao meu lado. Então resolvi ir viajar.

No sábado, fui ao baile. Como não poderia ser diferente, dançamos todas as lentas que tocaram, e a última música foi John Denver – "Don't Close Your Eyes Tonight". Ele cantou essa música no meu ouvido. Foi nossa última dança.

Eu curtia as músicas internacionais pela melodia, pelo ritmo e pelos clipes, mas não sabia a tradução das letras. Uma das primeiras coisas que fiz quando surgiu a internet, em 2002, foi traduzir as letras das músicas.
Eu me lembro que, quando li a tradução dessa música, chorei horrores. Repetia para mim mesma: “Se eu soubesse a tradução, teria desistido da viagem.

” Se ele não me amasse, não teria cantado uma musica, que dizia .

Olha-me nos olhos
Dize o que tu vês
Eu sou aquele que te ama
Eu sou aquele que precisa de ti
Faça isso por mim
Não feches os olhos esta noite

Como eu pude perder um amor tão lindo?

O bom da ficção é que a gente se emociona, chora, fica triste. Mas temos a certeza de que a história vai ter uma reviravolta, um recomeço.
Que os amantes apaixonados sempre têm uma segunda chance. Na vida real, isso nem sempre é possível. Temos que viver o que o destino nos proporciona. Eu acredito no destino, porque eu nunca consegui entender o porque tudo aconteceu, tão diferente do que eu imaginei. Em 4 meses a minha vida tomou um rumo ao qual eu sempre evitei, pkanejei, desejei. E o meu destino me fez entrar naquele ônibus.

Toda vez que eu revejo a novela, eu revejo a cena acima varias vezes onde Sanem e Can desistem de viajar. Eu fico imaginando se tudo tivesse seguido como eu planejei, ter viajado, me afastado por 6 meses, quando eu voltasse poderiamos ter tido um reencontro tão lindo como foi o da Sanem e do Can Devit.
Eu jamais achei as respostas, porque tudo aconteceu como aconteceu.

Infelizmente eu entrei naquele ônibus! E a minha historia de Amor acabou naquele momento.

Sanem e Can Devit também tiveram mais um rompimento longo.
O Can Divit teve um término horrível com a Sanem. Ela insiste em acreditar na trama diabólica armada pelo Yigit e pela mãe dele. Quando ele parte, eu choro muito, e lembro da minha partida.

A vida é cruel até na ficção. O bom é que, na ficção, eles tiveram a chance de um novo recomeço.

Na minha história, isso não aconteceu. E todos os meus sonhos foram destruídos.

A Sanem com sua mente confusa em meio a tantos pensamentos me lembra eu.Seria uma viajem de 15 dias que seria para colocar as ideias e as coisas no lugar, voltar e ter um novo recomeço com Orion.
Então no dia 26/03/1986 entrei naquele ônibus. De principio foi ótimo, revi os familiares, matei as saudades, 3 dias após a chegada fui à rádio rever os amigos do meu pai e entregar sua carta., fui apresentada à dona da rádio. Ela me fez várias perguntas sobre o que tocava na região do litoral de São Paulo e, quando comecei a falar, ela percebeu meu conhecimento e me fez um convite; sua programadora musical (discotecária) iria entrar de licença-maternidade, e ela perguntou se eu não gostaria de assumir o cargo por seis meses.
Fiquei surpresa com a proposta e, ao mesmo tempo, feliz. Sempre quis ter uma chance de trabalhar em rádio, então achei que aceitar aquela oportunidade seria um bom começo. Aceitar a proposta parecia a decisão certa, pois tudo estava ao meu favor.
Minha vida no Guarujá estava fora dos trilhos: eu estava desempregada, as brigas com minha mãe eram constantes, o relacionamento com o Orion seguia indefinido, parecia que ele não queria assumir um compromisso serio; minhas melhores amigas estavam casadas e com filhos.
Aceitar aquela proposta naquele momento, parecia ser a coisa certa.

Eu lembrei que toda vez que eu e o Orion nos afastávamos, quando nos reencontrávamos o recomeço acontecia. Então aceitei.

Voltei ao Guarujá, conversei com meus pais. Minha mãe, como não poderia ser diferente, fez um monte de críticas. Meu pai, por outro lado, me apoiou e disse que, profissionalmente, seria bom para minha carreira futura. Ele sempre tinha uma palavra carinhosa para me deixar feliz e se orgulhava muito de mim.

Não tive coragem de me despedir do Orion; deixei uma carta com minha mãe para que ela entregasse a ele. Lembro que na carta me declarei, disse que o amava muito, que seriam só seis meses e que, se ele quisesse, eu ficaria muito feliz em apresentá-lo ao meu pai quando voltasse; eu queria que nossa relação deixasse de ser casual. Na verdade, escrevi um livro para ele, mas faz tantos anos que não lembro todos os detalhes.
Disse que, se ele não estivesse pronto para assumir um relacionamento sério — namoro, noivado, casamento —, eu estava pronta para usar o presente que ele havia me dado.

Ele nunca recebeu a carta.

Eu a encontrei na casa de minha mãe anos depois. Ela disse que não a entregou porque ele nunca foi lá. No entanto, ela poderia ter pedido para o meu cunhado entregar, ou ate mesmo para o melhor amigo do Orion, pois minha mãe adorava ele. E quando ele e minha amiga se casaram, moravam na rua de trás da casa da minha mãe, ela sempre os via, ou seja, a carta não chegou nas mãos dele porque minha mãe nunca fez questão de me ver feliz.

Iniciei o trabalho logo que cheguei em Minas, profissionalmente tudo estava bem. Comecei a sair com meu primo com mais frequência, nós éramos os únicos solteiros da família, eu não tinha opções com quem sair, sem dizer que cidade do interior se não andar na linha logo vira alvo das mas línguas.
E eu gostava de sair ir ao baile, dançar, eu era uma adolescente. Com a convivência diária com meu primo acabamos iniciando um romance que, desde o início, foi bem tóxico: ele era sete anos mais velho, muito ciumento, possessivo e nada romântico; tínhamos diversas diferenças.
Ele insistia em ter uma relação mais íntima. Eu estava acostumada a sair com rapazes jovens, que bastava dizer “não” e pronto. Ele, no entanto, não aceitava o “não” como resposta.Passei quase quatro anos com o Orion e nada aconteceu; como eu poderia me deixar levar por um cara com quem eu estava há menos de quatro meses?

Eu usava essa lembrança como refúgio.

Havia uma guerra assustadora dentro de mim; por duas vezes, fui até a rodoviária comprar a passagem para voltar para casa. Nesse momento, eu ouvia a voz de recriminação da minha mãe, dizendo que "sabia que não ia dar em nada", que eu era uma fracassada, que não terminava nada que começava, que tudo era "fogo de palha", e por aí vai.

E o pior: eu causaria uma decepção muito grande ao meu pai, deixando o pessoal da rádio na mão. Com certeza ele sentiria vergonha da minha falta de responsabilidade.

Então desitia de voltar para casa, antes do termino do contrato.

O meu maior erro sempre foi pensar de mais, no que os outros diriam de mim!

Diferente da Sanem, minha história de amor não teve uma segunda chance. Acabei cedendo à pressão, entregando-me a uma pessoa sem estar apaixonada. Engravidei e decepcionei meu pai, a pessoa que mais amei nesta vida.

Paguei um preço muito alto, mas cumpri todas as promessas que fiz à minha mãe, mesmo sabendo que o preço dessa promessa seria minha infelicidade.

Jamais fui mãe solteira. Tenho dois filhos do mesmo pai. Meus filhos jamais viveram com pais separados. Fiquei casada por 34 anos.

A única coisa boa dessa história são meus dois filhos. Sou uma mãe super apaixonada por eles; dediquei minha vida e felicidade para que eles vivessem em um lar onde a família não fosse separada.
Hoje vejo que errei. Pior que viver com pais separados é viver em um lar onde não existe amor.

Minha mãe faleceu em junho de 2019. Seis meses depois, eu me separei. Minha PROMESSA ESTAVA PAGA.
SEM VOCÊ [Orion], EU NÃO EXISTO. SOU UMA ALMA SEM RUMO.
Foi isso que restou da minha história de amor. Até hoje vivo e sinto esse amor dentro do meu coração!

Passei mais de quatro anos sem notícias do Orion. Eu já havia me casado no civil; meu filho mais velho tinha mais de quatro anos, em 1990, ganhei meu caçula.

Em 1991 que fui surpreendida.

Acho que o Orion se casou em 1991, pois ele esteve na casa da minha irmã. Eu nunca entendi aquela visita; meu cunhado disse que ele foi pedir desculpas e avisar que não enviaria o convite, porque iria se casar fora da cidade. Era estranho. Ele não foi convidado para o casamento da minha irmã, então por que a consideração?

Na noite em que ele esteve na casa da minha irmã, por pouco não nos encontramos. Nós duas morávamos lado a lado. Era uma noite quente de verão; eu havia saído para tomar ar, estava com meu filho caçula nos braços (com pouco mais de seis meses), quando de repente vi minha mãe e minha irmã na calçada, ambas com olhares assustados. Era difícil não perceber que algo estava acontecendo.

Então perguntei: — O que foi? Que caras são essas?
Minha mãe tentou disfarçar, dizendo que não era nada.
Eu insisti: — Como nada? Vocês se assustaram quando me viram!
Minha irmã disse: — É melhor ela saber e entrar.
Perguntei: — O que foi?
Ela respondeu: — O Orion está lá dentro.
Eu disse: — Como assim? Fazendo o quê?
Minha irmã respondeu: — Não sabemos, nós saímos da sala.
Eu não pensei duas vezes e fui em direção ao portão para entrar na casa dela, mas minha mãe segurou meu braço e disse: — Está maluca? Vai fazer o quê lá dentro? Imagine se seu marido sai aqui fora.

Meu marido sempre soube de toda a minha história com o Orion; eu nunca escondi nenhum detalhe, nem do amor que senti por ele. Minha mãe sabia como me fazer manter a promessa que fiz, então disse: — Olha o que você tem nos braços! O que pretende fazer? Se ele não ficou com você antes, vai ficar agora, com dois filhos? Toma juízo e entra para dentro. Eu virei, entrei em casa e chorei por horas. Eu só queria vê-lo.

Eu jamais havia esquecido aquele amor. Meu pai, a princípio, nunca aceitou meu casamento, pelo fato de sermos primos; ele quis assumir a mim e ao neto. Minha mãe, não podendo ser diferente, deixava claro que a criança precisava de um nome, de um pai.
Por diversas vezes pensei em me separar. Éramos muito diferentes, brigávamos muito, eu vivia uma infelicidade constante.
Mas sempre que eu falava em separação, lá estava minha “MÃE” para jogar na minha cara a promessa que eu havia feito. Então me virei e entrei para dentro de casa. Chorei muito, eu queria tanto vê-lo.

Em 1996 eu trabalhava com telemarketing e, em uma lista com milhares de números de telefone, o número da empresa em que ele trabalhava foi justamente cair na minha listagem.
Aquilo só poderia acontecer na ficção, mas era real!

Ligavamos nos numeros da nossa listagem, eram numeros residenciais e comerciais; faziamos perguntas rápidas e simples, parte de um roteiro:

Primeiro conversei com um rapaz, muito educado, gentil, respondeu sem questionar, então como se tratava de uma empresa perguntei se tinha mais alguem que pudesse participar da pesquisa. Então ele disse, deixa eu ver se meu amigo que participar. E em seguida outra pessoa entrou na linha.

Então comecei!
— Qual seu nome? — Orion.
— Você é eleitor de Santos?
— Já tem candidato?
Não precisa divulgar o nome do seu canditado, basta responder sim ou não. — Aceita receber material da proposta do nosso candidato?
Se a resposta fosse "sim", eu precisaria do nome completo e endereço para enviar o material. Por isso, precisei perguntar o sobrenome dele.

O nome do Orion era composto por dois nomes e dois sobrenomes. Eu jamais havia esquecido.
(Vamos chamá-lo aqui de: Orion Rígel Azul Estrelar). Perguntei: — Seu nome é Orion de quê? Ele disse: — Orion Rígel.
Eu disse: — Desculpa, Rígel é codinome.
Preciso de um sobrenome.
Ele respondeu: — Estrelar.
Então, sem pensar, eu disse: — Seu nome é Orion Rígel Azul Estrelar?

Ele se calou por alguns segundos e perguntou:
— Quem está falando?
Eu disse: — Meu nome é Suely. Conheci um Orion Rígel Azul Estrelar, ele morava no Guarujá.
Ele perguntou: — Conheceu ele como? — Na escola, em março de 1982.
Ele disse: — Sou eu, Su! Vamos nos ver?

Comecei a chorar. Não era possível aquilo estar acontecendo. Foi um turbilhão de emoções. Eu estava casada, tinha dois filhos, e só pensava no juízo que ele faria de mim se déssemos um passo adiante naquele encontro.
Mas a vontade de reve-lo de estar com ele era tão grande, que eu jamais conseguiria dizer não. Nos encontramos, foi uma unica vez, não usei o presente que permanecia guardado por tantos anos a espera daquele enconytro. Mas como sempre foi magico, inesquecivel, ele continuava lindo, romantico, mas infelizmente estavamos casados.

As vezes eu penso que deveria de ido mais adiante, poderiamos até ter sido amantes, quem sabe hoje não estariamos juntos, mas quando se tem filhos, tudo fica diferente, os meus pensamentos, os filhos sempre estiveram em primeiro lugar. Por maior que fosse o Amor que caregava dentro do peito.

Hoje, conversamos pelo WhatsApp. Ele continua lindo e faz minhas pernas tremerem, meu coração suspirar, meu sorriso florescer como o de uma criança que ganha um brinquedo tão desejado.
Ele ainda é romântico e apaixonante.

Já se passaram quase 30 anos.

Desde que me separei, espero pelo momento de reencontrá-lo, mas são tantos os desencontros. Falta-me coragem; tanta coisa mudou, o vigor da juventude se foi.

Após ver a novela, decidi: quero revê-lo. Não me importo se ele continua casado; eu sei que ele me amou, que fui importante na vida dele e que sempre serei especial. Isso me basta.

E quem sabe podemos ter nosso final feliz. Não somos mais dois jovens adolescentes, mas o amor verdadeiro pode ser vivido intensamente, independentemente da idade.

Realizei meu primeiro sonho: conheci o Empire State Building no dia 15/03/2019. O nosso casal de amigos, que se conheceram através de nós, hoje mora nos EUA, e eu já fui visitá-los duas vezes. Espero, quem sabe um dia, poder ir com ele, e assim visitarmos o Empire State juntos.
Apesar de que, se tivéssemos a chance, eu gostaria de ir ao teatro em Istambul, que foi a referência para o encontro de Can e Sanem!
Essa novela, surgiu em um momento dificil na minha vida, fiquei sem trabalhar por 25 dias, eu revia a historia de Can Devit e Sanem diversas vezes.
Foram 25 dias revivendo a minha hstoria de Amor.